A religião grega formou-se ao longo de séculos a partir da tradição cretense e Indo-Europeia. No século VIII, os grandes poetas Homero e Hesíodo recolheram os antigos mitos ( narrações maravilhosas sobre a vida dos deuses e dos heróis que tentavam dar explicações sobre o mundo e as coisas). Este conjunto de mitos – mitologia – mais tarde, foi modificada e aumentada.
Vamos, então investigar um mito – o de Pandora – como escolheram.
Antes de mais, temos de ler várias versões do mito; descobrir as diferenças; tentar perceber por que existem essas diferenças e depois escolher a mais fiel à civilização grega. Vamos a isso?
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A estória começa com Prometeu , um dos titãs, escalando o Olimpo e roubando o fogo dos deuses para oferecer aos homens (o fogo do conhecimento?).
Zeus, o rei dos deuses, furioso com tamanha ousadia, prendeu-o e o amarrou em um rochedo, onde um abutre vinha todos os dias comer-lhe o fígado, que se regenerava durante a noite, para ser comido novamente pelo abutre no dia seguinte. Esse mito sugere o sofrimento causado pela insaciedade do homem e, em outro nível, significa o longo e penoso ciclo de morte e renascimento, que os budistas denominam roda do Sansara.
Zeus, porém, não satisfeito com a vingança desfechada contra o ladrão, resolveu vingar-se também de todos os homens beneficiários do fogo roubado por Prometeu. Então ordenou que Hefesto, o Deus-ferreiro do mundo subterrâneo, fizesse a mulher.
Hefesto fez uma mulher belíssima chamada Pandora e a apresentou a Zeus antes de ela descer à superfície da Terra. Zeus, admirado com a obra de Hefesto, despachou Pandora para a Terra, mas antes lhe deu uma grande e belíssima caixa de marfim ornamentada fechada e também lhe deu a chave, dizendo-lhe: “Quando você se casar, ofereça esta caixa como dote ao seu marido, mas a caixa só pode ser aberta após seu casamento”.
Em pouco tempo, Pandora conheceu Epimeteu, irmão mais novo de Prometeu e logo se casaram. A princípio, Pandora estava muito feliz com seu casamento e passava os dias cuidando da casa e do lindo jardim, tendo se esquecido da caixa.
Porém Epimeteu viajava constantemente e, certa vez, ficou muito tempo longe de casa. Pandora sentia-se só e triste. Lembrou-se da caixa e foi até o canto onde estava guardada examiná-la curiosamente. Enquanto observava os lindos detalhes e adornos externos, Pandora pareceu ouvir pequenas vozes gritando lá de dentro e dizendo: “Deixe-nos sair!..Deixe-nos sair...”. Pandora não podia esperar mais. Foi correndo buscar a chave e imediatamente abriu a tampa da caixa. Para sua grande surpresa centenas de pequeninas e monstruosas criaturas, parecendo terríveis insetos, saíram voando lá de dentro, com um zumbido assustador.
Muitas dessas horríveis criaturas a picaram na face e nas mãos, saíram em enxame pela janela, fazendo um barulho infernal. Logo a nuvem desses insetos cobriu o sol, e o dia ficou escuro e cinzento. Apavorada, Pandora fechou a caixa e sentou-se sobre a tampa.
As picadas dos insetos doíam muito, mas algo mais a estava preocupando: Ela estava tendo toda a espécie de sentimentos e pensamentos sombrios e odiosos que nunca tivera antes. Sentiu raiva de si mesma por ter aberto a caixa. Sentiu uma grande onda de ciúme de Epimeteu. Sentiu-se raivosa e irritada. Percebeu que estava doente de corpo e de alma.
Súbito pareceu-lhe ouvir outra vozinha gritando de dentro da caixa: “Liberte-me! Deixe-me sair daqui!”. Pandora respondeu rispidamente: “Nunca! Você não sairá ! Já fiz tolice demais em abrir essa caixa!”
Mas a voz prosseguiu de dentro da caixa: “Deixe-me sair, Pandora! Só eu posso ajudá-la!”
Pandora hesitou, mas a voz era tão doce, e ela se sentia tão só e desesperada,que resolveu abrir a caixa. De lá de dentro saiu uma pequena fada, com asinhas verdes e luminosas que clarearam um pouco aquele quarto escuro, aliviando a atmosfera que se tornara pesada e opressiva. “Eu sou a Esperança”, disse a fada. E prosseguiu: “Você fez uma coisa terrível, Pandora! Libertou todos os males do mundo: egoísmo, crueldade, inveja, ciúme, ódio, intriga, ambição, desespero, tristeza, violência e todas as outras coisas que causam miséria e infelicidade. Zeus prendeu todos esses males nessa caixa e deu a você e a seu marido. Ele sabia que você iria, um dia, abrir essa caixa. Essa é a vingança de Zeus contra Prometeu e todos os homens, por terem roubado o fogo dos deuses!”
Chorando copiosamente, Pandora disse: “Que coisa terrível eu fiz! Como poderemos pegar todos esses males e prendê-los novamente na caixa?”
“Você nunca poderá fazer isso Pandora!” Respondeu tristemente a fada da Esperança. “Eles já estão todos espalhados pelo mundo e não podem mais ser presos!”
“Mas há algo que pode ser feito: Zeus enviou-me também, junto com esses males, para dar esperança aos sofredores, e eu estarei sempre com eles, para lembrar-lhes que seu sofrimento é passageiro e que sempre haverá um novo amanhã !”
http://www.sociedadeteosofica.org.br/bhagavad/site/livro/cap56.htm - 12- 01-2011
Outra versão:
No céu reinavam Zeus e seus filhos. Zeus derrotara o pai, Cronos, depondo a antiga geração de deuses e titãs, da qual Prometeu descendia. Nesta guerra contra Cronos apenas alguns Titãs tinham lutado ao lado de Zeus. Entre eles estavam Prometeu ("o que pensa antes") e seu irmão Epimeteu ("o que pensa depois"). Zeus agradeceu a Prometeu oferecendo proteção divina à recém criada humanidade. Mas negou aos mortais o último dom de que necessitavam para se manterem vivos: o fogo.
Prometeu, não se conformando com esta decisão injusta, roubou o fogo do Olimpo. Atrevimento fatal!
Irritado, Zeus concebeu um plano para se vingar. Pediu a Hefesto, deus do fogo, famoso por sua arte, para fazer uma estátua de pedra retratando uma linda donzela. A própria Atena trajou aquela escultura com um manto branco e reluzente, cobriu-lhe o rosto com um véu, coroou-lhe a cabeça com flores frescas e cingiu-a com um diadema de ouro. Hermes, o mensageiro dos deuses, emprestou a fala à maravilhosa criatura e Afrodite concedeu-lhe todo o encanto do amor.
Zeus chamou-lhe Pandora, "a que possui todos os dons”, a primeira mulher, divina na sua aparência mas, de facto, bastante humana. Hermes deu-lhe ainda uma magnífica caixa belamente ornamentada, e ordenou-lhe que nunca a abrisse. Em seguida levou a virgem à terra, e todos admiraram a sua beleza incomparável.
Apenas Prometeu resistia!
Então, ela aproximou-se de Epimeteu, o ingénuo irmão de Prometeu, que a recebeu com alegria. Casaram e no seu palácio Pandora colocou o presente de Hermes em lugar onde pudesse ser admirado por todos, resistindo à tentação de o abrir.
Mas o tolo Epimeteu quis ver o que estava dentro pensando encontrar algo que pudesse encantar a mulher. Ao abrir a caixa, dela se ergueu uma nuvem negra que se espalhou pela terra com a rapidez de um raio, levando consigo toda a espécie de sofrimentos. Velhice, Insanidade, Doença, Crime, Morte, Mentira, Inveja e Fome saíram da bela caixa e a humanidade conheceu a dôr.
Um único dom benéfico estava escondido no fundo da caixa: a Esperança.
Pandora lamentou profundamente a triste ideia do marido e, sentindo-se também culpada, libertou a Esperança para que a humanidade pudesse ter algo que a sustentasse em tempos de tão grande aflição.
Ainda hoje é a Esperança infinita que nos mantêm na expectativa de dias melhores.
http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=32898.0;wap2 - 12- 01-2011
Hesíodo, Maria Helena da Rocha Pereira,
Helade - Antologia da Cultura Clássica, F.L.U.C., Comibra, 1982
A síntese pode ser esta?
Dizia-se que Prometeu, que vivia na terra e descendia da antiga geração de deuses que tinha sido destronada por Zeus, criara os primeiros homens a partir do barro. Desejando ajudar a humanidade, provocou duas vezes a cólera de Zeus. Um dia, durante um sacrifício de um boi aos deuses, Prometeu cobriu com o couro a carne e as vísceras do animal; quanto aos ossos, passou neles uma espessa camada de gordura. Convidado a escolher a sua parte Zeus, sem saber da trapaça, atraído pela gordura acabou por ficar com os ossos.
Ao descobrir que tinha sido enganado para favorecer os homens, Zeus o pai dos deuses, bravo e rancoroso, resolveu vingar-se privando a humanidade do fogo.
No entanto, Prometeu, interveio novamente em socorro dos mortais, desta vez roubando uma centelha do fogo divino. A terrível cólera de Zeus maquinou uma punição exemplar.
Zeus o rei dos deuses, furioso com tamanha ousadia, ordenou a Hermes que o amarrasse a um rochedo, no alto do monte Cáucaso, para que uma águia viesse devorar-lhe eternamente o fígado, que se renovaria sem parar. A águia vinha comia-lhe o fígado e ele voltava a crescer, para ser comido novamente pela águia no dia seguinte.
Muito tempo depois, Hércules, um outro benfeitor da humanidade, mataria a águia e libertaria Prometeu.
Zeus, porém, não satisfeito com a vingança desfechada contra o ladrão resolveu, também, vingar-se de todos os homens a quem Prometeu tinha dado o fogo.
Zeus mandou então Hefestos, deus-ferreiro, moldar uma linda donzela, que apresentaria todas as perfeições – a primeira mulher. Ordenou depois que cada um dos deuses lhe dessem um dos seus dons: Afrodite o segredo de encantar, Hermes, o dom de seduzir pela palavra, Atena, ensinou-lhe todas as artes…
Por fim, recebeu o nome de
Pandora, que significa “ a que tem todos os dons”, recebendo de Zeus um pequeno cofre fechado, com a recomendação de o entregar a Prometeu. Suspeitando que se tratava de uma cilada, Prometeu recusou-se a receber Pandora e disse a seu irmão Epimeteu que não aceitasse coisa alguma de Zeus. Mas Epimeteu, cujo nome quer dizer “aquele que reflectiu demasiado tarde”, viu a radiante beleza da donzela e deixou-se seduzir por Pandora; casou com ela e como era natural seguiu a sua vida despreocupado.
No entanto, um dia, Pandora que se sentia sozinha, sentiu-se atraída por aquela caixa que parecia ter sons de pessoas lá dentro. Abriu-a e ao reconhecer que todos os males se escaparam, fechou-a apressadamente, já tarde. Apenas ficou a esperança. Foi assim que a primeira mulher trouxe ao mundo a infelicidade.
Como queremos fazer um teatro de sombras sobre o mito de Pandora. Temos que recortar as figuras necessárias, colá-las em cartolina. Recortá-las por dentro, deixando sempre um pouco de cartolina para dar firmeza, colar papel celofane de várias cores, colocar paus de espetadas e já está, as figuras estão prontas para ser manipuladas.
Falta agora o diálogo. Quem ficou de o fazer tem que ler o texto final, depois de analisado, criticado e já sintetizado e fazer os diálogos, ou seja passá-lo para texto dramático.
Alguma dúvida? Fórum dúvidas, ou pessoalmente!!!
No final, terão que explicar o significado do mito. Pensem noutro mito muito vosso conhecido que se lhe pode assemelhar.
Bom trabalho.