domingo, 17 de maio de 2020

Arte Românica - Desafio - Trabalhos dos alunos


Igreja  S. João de Gatão

Trabalho de Lara Santos



Igreja  S. João de Gatão

Igreja  S. João de Gatão

"A paróquia de Gatão parece ter integrado, na Idade Média, a vasta Terra de Sousa, em que o Catálogo das Igrejas de 1320 a inclui, taxando a sua Igreja em 80 libras – valor francamente diminuto quando comparado com as matrizes vizinhas de Telões (1500 libras) ou de Freixo de Baixo (400 libras). Na reorganização subsequente que afetou esta região, Gatão veio a fazer parte do vasto termo do concelho de Celorico de Basto.
Não obstante a atenuada importância económica da Igreja de Gatão (reflexo certamente dos seus reduzidos limites) ela foi abadia e, ao longo da Idade Moderna, são referidos alguns dados que evidenciam um crescimento do seu capital: em 1706 rendia 200 mil réis e em 1758 chegava aos 500 mil, segundo atestam respetivamente Francisco Craesbeeck (1673-1736) e o pároco João de Magalhães. No início de setecentos não possuía sacrário, talvez por servir um número relativamente pequeno de contribuintes maiores (150 fogos em 1706 e 70 em 1767).
Em 1758 submetia-se no eclesiástico e no espiritual ao arcebispado de Braga, no civil e judicial à comarca de Guimarães e à vila de Celorico de Basto, de cujo termo era donatário o Marquês de Valença. O padroado da Igreja pertencia ao Ordinário, ou seja, ao bispo do Porto que apresentava o pároco e recebia a renda, cujo valor orçava pelos já referidos 500 mil réis. Pela reorganização diocesana de 1882, passou da arquidiocese de Braga para a diocese do Porto.
A Igreja de Gatão ainda que marcada por um hibridismo estilístico, que estende a sua cronologia de edificação pelos séculos XIII-XIV, conserva na cabeceira alguns elementos românicos que transportam o visitante até aos primeiros séculos desta comunidade, construída quase nos limites diocesanos do Porto e Braga.
As pinturas murais de Gatão, que resistiram às intervenções contemporâneas do século XX, revelam ainda, na sua iconografia, cores e adaptação à estrutura da Igreja, a sensibilidade espiritual e religiosa de quem as mandou executar, concebeu e se prostrava ante delas.
Na capela-mor subsistem duas representações em bom estado: do lado do Evangelho, Cristo transporta a cruz com visível esforço e sacrifício. Por baixo uma legenda - HVMILIAVIT SEMETPM VSQUE AD MORTEM – que apesar de incompleta, remete para o versículo da epístola de São Paulo aos Filipenses: “Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl. 2:8).
Do lado oposto, da Epístola, Santo António de Lisboa exibe ante os fiéis os seus atributos mais comuns: o livro e sobre ele o Menino Jesus, em pé, e ainda uma flor-de-lis, símbolo de realeza e pureza.
Sobre a fresta que hoje se encontra aberta e permite a entrada de luz através da cabeceira, encontrava-se uma representação de São João Baptista, o padroeiro da Igreja, apeada nas remodelações efetuadas na década de 30 do século XX. Vestia a tradicional indumentária de eremita e fazia acompanhar-se pelo cordeiro e pela cruz-estandarte que ele, como arauto da Boa Nova, exibe enquanto anúncio e símbolo de Vida na Morte.
Na nave persistem três fragmentos do programa que cobriria toda a parede exterior do arco cruzeiro: uma pintura representando o Calvário (sobre o topo do arco triunfal), outra a Coroação da Virgem (do lado esquerdo) e outra com o São Sebastião, Santa Catarina e Santa Luzia (do lado direito).
As pinturas da capela-mor e nave são atribuídas a artífice ou artífices desconhecidos do século XV e do século XVI respetivamente. Além das pinturas murais particularmente atrativas, não podemos deixar de destacar a escultura, dita da Virgem do Rosário, que se venera na capela-mor.
Mais informação:






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