segunda-feira, 18 de maio de 2020



5ª Aula Síncrona 7º ano Turma G

A organização do poder entre os séculos XII e XIV


Feed .back - O contexto Europeu dos séculos XII a XIV
                      Arte românica e arte Gótica


Motivação:




Estoriar2Idade Média – o Poder na Idade Média.
PP.

 Análise do
  O Foral de Gondomar em banda desenhada.


Conclusão:
O território pertence ao rei. As terras por ele diretamente administradas são os reguengos.
Em época de invasões, o rei não tem meios para defender e administrar sozinho todo o território.
O rei era auxiliado na sua governação pela Cúria régia, formada por membros da família real, da grande nobreza, do alto clero e altos funcionários. A partir de meados do século XIII, os representantes dos concelhos passam, também, a participar em decisões importantes e a apresentar queixas ou pedidos ao rei – são as Cortes.

As terras cuja administração o rei concede aos nobres são as Honras.
As terras cuja administração é entregue aos Clérigos são os Coutos.
Os senhores nobres ou clérigos têm direito a rendas e corveias pagas pelos camponeses.
Por vezes, o rei para atrair a população a certos locais cria concelhos que dão autonomia e liberdade aos seus habitantes.
Nos Concelhos, o poder é exercido por uma assembleia de vizinhos.
Quando termina a reconquista, os reis tendem a recuperar o poder. Para isso fazem Inquirições – inquéritos aos senhores que os obriga a mostrar o documento da terra que lhes foi concedida.
Caso exista esse documento o rei concede um outro que confirma a posse da terra – são as Confirmações.
Caso tenha havido apropriação indevida da terra o rei manda desamortizar a terra, ou seja retira a terra.
Desde muito cedo, século XII, os reis através das leis de desamortização impediram a concentração de grandes doações de terras ao Clero.
Os reis para fortalecer o seu poder dão, sobretudo a partir do século XV, Cartas de Foral às povoações, o que lhes retira obediência aos senhores e as liga diretamente ao monarca – são os Concelhos.

Carta de foral são documentos concedidos pelo rei a uma população criando um concelho e estabelecendo direitos e deveres escritos.

A nível dos direitos, as populações passam a ter menos deveres para com os senhores. Quanto aos deveres estão escritos de forma a não haver dúvidas. Em Gondomar, a nível dos deveres, estavam descritos os foros (impostos) pagos pelos foreiros ao rei e à igreja. Grande parte incidia sobre as pescas do rio Douro.

Em síntese, em Portugal existiam bens pertencentes ao rei; outros ao Clero e à Nobreza dados pelos reis através de cartas.
No entanto, alguns bens da coroa foram usurpados pelo clero e nobreza. Por isso, os reis portugueses tomaram medidas para recuperar as terras que outrora lhes tinham pertencido.

Neste sentido, e para incentivar a o dinamismo económico concedem cartas de foral, criando os concelhos.


Aula Assíncrona:

Ficha de Trabalho: o Foral de Gondomar
Identificação do aluno:__________________________________________________








“D. Manuel pela graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d´aquém e d´além mar em África, Senhor da Guiné e da conquista e navegação da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia, a quantos esta nossa carta de foral dado ao Concelho de Gondomar para sempre virem, fazemos saber que por bem das sentenças e determinações gerais e especiais que foram dadas e feitas por nós e com os do nosso Conselho e letrados acerca dos forais de nossos reinos e dos direitos reais e tributos que se deviam por eles arrecadar e pagar. E assim pelas Inquirições que principalmente mandamos tirar e fazer em todos os lugares de nossos reinos e senhorios, justificados primeiro com as pessoas que os ditos direitos reais tinham, achamos pelas Inquirições do tombo que as rendas e direitos reais se devem aí arrecadar e pagar na forma seguinte:

            E os ditos e sobre ditos se receberão em celeiro dentro da dita terra de Gondomar sem os foreiros serem obrigados a levarem os foros ao celeiro à sua custa, convém a saber: pão, vinho carnes, de Santa Maria de Setembro até ao dia de Natal seguinte de cada ano em qualquer tempo, quando os foreiros os quiserem ou puderem levar no qual não serão penhorados nem será feito algum requerimento nem serão apressados, porque não os pagando até ao dito tempo pagá-lo-á com mais-valia, segundo nossa determinação em tal caso”.


1.Escreve o significado de foral, foros e foreiros.

2.Explica o que acontecia se os foreiros não cumprissem os prazos do pagamento dos foros.

3.Indica as épocas do ano em que deviam pagar os foros.


            “E declaramos que os ditos foreiros não serão obrigados a servir, nem servirão contra suas vontades aos senhores que tiverem os ditos direitos, com seus corpos, bois, carros, lenha, palha, nem com roupa, ou coisa alguma sua, visto que os tais serviços não pertencem aos senhorios das rendas que não têm jurisdição da mesma terra. “ (…)

            É da Coroa Real o direito seguinte das pescarias do Douro, convém a saber: de cada tresmalho que entra a pescar sáveis pagará em cada ano uma só vez trezentos reais, contando dois sáveis que hão de dar em cinquenta reais. E deste tal pescado que assim neste tresmalho se matar não se paga mais outro direito de condado que os trezentos reais, pagando porém a dízima nova a el-Rei depois de paga primeiro outra dízima à igreja ou igrejas. E pague-se de cada rede de lampreias de condado por ano duas lampreias e em dinheiro cento e cinquenta reais. E os que pescam em bargas nas arainhas que são as saídas em terra, na terra de Gondomar, pagam a dízima, primeiro a Deus e depois o quinto real nesta terra o primeiro sável que matarem.
E assim solha ou ires e não pagam mais direitos desse direito do condado salvo dos ditos sáveis e lampreias como dito é. E a pensão dos tabeliães é da cidade.
(…) E o gado será do Senhorio dos outros direitos.

4. Indica os impostos pagos pelos foreiros aos Senhores e ao Rei.
5. Escreve o nome dos produtos cultivados em Gondomar na época deste Foral e nele nomeados.
6. Do mesmo modo, regista o nome dos peixes.


            “E as fogaças que se levavam na dita terra se não levarão mais dos que casavam filhos ou filhas porquanto nos forais antigos não se declarou o tal direito; em certos lugares logo declararam que não pagavam outros direitos então, os quais agora pagam – Portagem – Não há-de aí haver portagem de compra e venda alguma na terra, nem por conseguinte se fará mudança na passagem das barcas de como se ora usa. E não se pagará Lutuosa da dita terra por nenhuns foreiros antigos nem requerimentos dela, porquanto não se mostra pelos forais antigos mandarem-se pagar. E se em alguns emprazamentos novos for declarado que seja de pagar só se pagará segundo forma do tal emprazamento. Montados - Os moradores da terra não pagarão montado na mesma terra e todos usarão irmãmente “

7. Descreve o costume de algumas terras e caído em desuso em Gondomar aquando dos casamentos.

8. Indica os impostos dos quais o Foral isenta a terra de Gondomar.


            “E qualquer pessoa que for conta este Foral levando mais direitos dos que aqui nomeados ou levando destes maiores quantias das aqui declaradas havemo-lo por degredado por um ano (…) e pague de cadeia trinta reais por um de tudo o que assim mais levar”


            “E portanto mandamos que todas as coisas contidas neste foral que nós pomos por lei se cumpram para sempre do teor do qual mandamos fazer três, um eles para a Câmara da dita terra de Gondomar e outra para o senhorio dos ditos direitos e outro para a nossa Torre do Tombo para em todo o tempo se poder tirar qualquer dúvida que sobre isso possa sobreviver. Dada em Nossa Muito Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa aos dezanove dias do mês de Junho do Ano do Nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de Mil e Quinhentos e Quinze.”

9. Tendo em conta que o Foral protege a população, indica as penas aplicadas a quem cobrar mais direitos do que os legislados.

10. Diz onde ficou guardado o Foral

11. Regista a data em que D. Manuel concedeu o Foral ao Concelho de Gondomar.