A Grécia no espaço
A
Grécia situa-se no Sul da Europa, na Península Balcânica, é banhada pelo Mar Mediterrâneo e é
constituída por dezenas de ilhas
O território grego tem um litoral muito
recortado, com altas escarpas, um interior muito montanhoso e árido, um clima
quente e muito seco, um solo rochoso e pouco favorável à prática da agricultura
No entanto a maior parte da população vivia
desta atividade e da criação de gado. Cultivava cereais; oliveira; vinha.
No artesanato fabricava vasos de cerâmica, estátuas, armas e navios. A
partir do porto do Pireu, os atenienses desenvolveram uma grande frota comercial. A partir de meados do século VIII
a. C., os Gregos expandiram-se e fundaram colónias, territórios independentes
mas com laços de união à metrópole.
Desta forma, os gregos, desde cedo, procuraram
novos locais onde fundaram novas cidades-estado, as colónias, que ficavam ligadas à cidade-mãe, pela língua, e religião
Como está organizado o território grego?
A
Grécia não era um território unificado porque estava dividido em cidades
estado, as Pólis. Cada cidade-estado era
independente, ou seja, tinha o seu próprio Governo e Exército bem como a sua
própria moeda. A cidade-estado de Atenas era constituída pela acrópole, a
ágora, a zona rural a necrópole e o porto.
As cidades- estado mais importantes, no século
V a. C. foram Atenas e Esparta.
Educação Grega
Enquanto
em Esparta se valorizava mais a educação física e guerreira, sendo os rapazes
entregues aos 7 anos à pólis para se tornarem verdadeiros guerreiros, em
Atenas, rapazes e raparigas eram educados pelas mães até aos 7 anos. A partir
daí, as raparigas continuavam com a mãe a aprender as lides domésticas e a música
e os rapazes iam à escola onde aprendiam a Gramática, a Retórica, a Oratória, a
Filosofia, a Música e exercícios físicos.
Surge,
então, o ideal “Alma sã num corpo são", formação integral do homem que tem por objetivo
formar o Homem e o Cidadão.
Características da democracia Ateniense
Péricles,
no século V a. C., instituiu a democracia.
A
democracia (Dêmos = Povo e Cratos = Poder) ateniense é um regime político onde
os cidadãos (filhos de mãe e pai ateniense, maiores de 18 anos) governam
diretamente a cidade.
A
Democracia ateniense tinha imperfeições já que só os cidadãos, 10% da população
ateniense é que participava na vida política; mulheres, metecos e escravos não
participavam; os escravos eram considerados inferiores, verdadeiros objetos de
trabalho; havia a condenação à morte; o Ostracismo (exílio). Atenas serviu-se,
também da Liga de Delos para impor a sua supremacia sobre os seus aliados, foi
o imperialismo.
Os
Gregos adoravam muitos deuses. Eram politeístas. Os deuses gregos tinham forma
humana – antropomórficos e tinham as mesmas virtudes e defeitos dos humanos.
O
culto era praticado em casa – culto doméstico – em honra dos deuses do lar e
dos antepassados.
O
culto praticado aos deuses da pólis, era o Culto cívico. Atena era a deusa
protetora da cidade de Atenas.
O
Culto praticado por todos os gregos nos santuários – era o Culto pan-helénico. Ex.
Santuário de Apolo em Delfos; Santuário de Zeus em Olímpia
Características do Teatro
Um dos
espetáculos preferidos dos Gregos era o Teatro. O teatro nasceu associado ao
culto do Deus Dionísio. As peças eram representadas no teatro, espaço
semi-circular.Todos os papéis eram representados por homens que usavam máscaras,
para se caracterizarem e amplificarem voz. Calçavam uns sapatos de salto alto,
os “ coturnos “, para ficarem maiores.
Havia dois géneros de representações
teatrais:
- a Tragédia que era normalmente inspirada mas histórias dos heróis e
retratava o sofrimento do Homem, vítima do próprio destino, levando o espetador
a refletir sobre a sua própria vida.
Mostravam que o Homem está sujeito ao
Destino e é sempre castigado pelos seus crimes.
Autores:
Sófocles;
Ésquilo e Eurípedes.
Cena
de uma tragédia: “Édipo-Rei”:
“Édipo,
filho dos reis de Tebas, fora abandonado pelos pais, porque os oráculos
prediziam que ele viria a matar o pai e a casar com a própria mãe, tornando-se
assim r ei de Tebas. Um servo salvou a vida da criança, que cresceu longe
daquela cidade, ignorando a sua origem. Anos mais tarde, Édipo veio parar a
Tebas e as previsões do oráculo cumpriram-se.
O
Mensageiro (dirigindo-se ao servo) – Vamos, fala. Lembras-te de me ter dado um
menino para eu criar como se fosse meu?
O
Servo – Que há? Porque me interrogas assim?
O
Mensageiro (apontando para Édipo) – Eis aqui, amigo, o menino desse tempo.
O
Servo – Que desgraça vais provocar! Vê se te calas!
Édipo
– Onde foste buscar essa criança? Era tua ou de outra pessoa?
O
Servo – Não era minha; tinha-a recebido de alguém
Édipo
– De que cidadão? De que casa? […]
O
Servo – Era um menino do palácio do rei Laio.
Édipo
– Era um escravo ou pertencia à família de Laio?
O
Servo – Ó deuses! É a coisa mais horrível para mim!
Édipo
– E para mim também. Mas tenho de ouvi-la.
O
Servo – Dizia-se que era filho de Laio. Mas tua mulher que está no palácio
poderá explicar muito melhor como tudo se passou.
Édipo
– Foi ela própria que te entregou a criança?
O
Servo – Foi ela, ó Rei.
Édipo
– Com que intenção?
O
Servo – Para eu a matar.
Édipo
– Ela! A mãe! Ó desgraçada!
O
Servo – Temia oráculos terríveis!
Édipo
– Que oráculos?
O
Servo – Estava predestinado que mataria seus pais.
Édipo
– Porque a deste a este velho?
O
Servo – Tive pena, Senhor. Julguei que levaria a criança para terras estranhas.
Mas salvou-a para grandes desgraças. Se eras tu, fica sabendo que és bem
infeliz.
Édipo
– Ai de mim! Ai de mim! Tudo é claro agora! Ó luz do dia, vejo-te pela última
vez, eu que nasci de quem não devia nascer, que me casei com quem não devia
casar-me e matei quem não devia matar!
O Coro
– Ó geração dos mortais, a vossa vida nada é a meus olhos. A maior felicidade
para um homem é a de parecer feliz e de logo morrer. Vejo o teu destino, a tua
sorte, infeliz Édipo, e afirmo que não há felicidade para os mortais.
Levaste
o teu desejo além de tudo e couberam-te esplêndidas riquezas. […] Fizeram-te
rei, revestiram-te de altíssimas honras e és chefe da grande Tebas.
E
agora quem é mais desgraçado do que tu? A quem lançaram as mudanças da vida em
desastres mais terríveis? […]
O
Arauto (vindo do palácio) – Ó vós que sois os homens mais honrados desta terra,
que lamentos ireis soltar com o que ides saber e ver! […] Jocasta morreu.
O Coro
– Oh, desgraçada! E qual foi a causa da morte?
O
Arauto – Ela própria. […] Cheia de desespero, foi direita ao quarto, arrancando
os cabelos com as mãos; e, depois de entrar, fechou violentamente as portas por
dentro. […] Édipo precipitou-se atrás dela […]. Com gritos medonhos, atirou-se
de encontro às portas, arrancou os batentes dos gonzos e lançou-se no quarto
onde viu sua mulher suspensa da corda que a estrangulava. […] Então, passou-se
uma coisa terrível: [feriu violentamente] os olhos, dizendo que não mais veriam
os males que sofrera e as desgraças que tinha causado. […] A desgraça não caiu
apenas sobre um dos esposos; os dois uniram os seus males. Tiveram de facto uma
felicidade verdadeira, em outros tempos. Hoje, porém, nada falta em desventura,
lamentos e desastres, mortes e desonras.”
Sófocles, Édipo-Rei
A Comédia retratava com humor temas da
vida quotidiana, eram sátiras que criticavam os costumes. Neste género,
destacou-se o autor Aristófanes.
“Salsicheiro:
Mas,
diga-me uma coisa: como é que eu, um salsicheiro, me vou tornar um político, um
líder?
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Mas é precisamente nisso que está a sua grandeza: em você ser um canalha, um vagabundo, um ser inferior!
Salsicheiro:
Pois eu não me julgo digno de tamanho poder!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Ai, ai, ai, ai, ai, ai! O que é que te faz dizer que não te achas digno? Estás me parecendo que tens alguma coisa de bom a pesar-te na consciência. Serás tu filho de boa família?
Salsicheiro:
Nem de sombra! De patifes, mais nada!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Homem ditoso! Que sorte a tua! Tens todas as qualidades para a vida pública!
Salsicheiro:
Mas, meu caro amigo, instrução não tenho nenhuma. Conheço as primeiras letras e, mesmo estas, mal e porcamente!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Isso não é problema! Que as conheças mal e porcamente! A política não é assunto para gente culta e de bons princípios: é para ignorantes e velhacos!”
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Mas é precisamente nisso que está a sua grandeza: em você ser um canalha, um vagabundo, um ser inferior!
Salsicheiro:
Pois eu não me julgo digno de tamanho poder!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Ai, ai, ai, ai, ai, ai! O que é que te faz dizer que não te achas digno? Estás me parecendo que tens alguma coisa de bom a pesar-te na consciência. Serás tu filho de boa família?
Salsicheiro:
Nem de sombra! De patifes, mais nada!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Homem ditoso! Que sorte a tua! Tens todas as qualidades para a vida pública!
Salsicheiro:
Mas, meu caro amigo, instrução não tenho nenhuma. Conheço as primeiras letras e, mesmo estas, mal e porcamente!
Primeiro Escravo (general Demóstenes):
Isso não é problema! Que as conheças mal e porcamente! A política não é assunto para gente culta e de bons princípios: é para ignorantes e velhacos!”
Aristófanes, Rei Édipo
Jogos Olímpicos
A
religião está relacionada com os Jogos Olímpicos porque estes nasceram em
Olímpia, em honra do deus Zeus. As guerras eram suspensas durante os Jogos para
que todos os Gregos participassem, criando um laço de união entre todos os
gregos.
Realizavam-se
várias provas, sendo o pentatlo a mais importante. O vencedor era coroado e era
erigida uma estátua erguida em seu nome
Arte Grega
A arte
grega atingiu o apogeu nos séculos V e IV a. C. – período clássico.
O que caracteriza a arte clássica é a HARMONIA
e o EQUILÍBRIO.
A
arquitetura obedecia a três Ordens: Dórica; Jónica e Coríntia.
ORDEM DÓRICA – mais sóbria e severa.
ORDEM JÓNICA – mais rica de
ornamentação
ORDEM CORÍNTIA – é uma variante da
ordem jónica, que se distingue apenas pela decoração do capitel.
Faz a legenda da figura:
1 –
Ordem _________
2 – Ordem
_________
A ARQUITETURA grega tinha as seguintes
características:
Simplicidade
e elegância
Harmonia
Cuidado com detalhes
Ordem Dórica; Jónica e Coríntia
ESCULTURA
A escultura
tem um profundo sentido HUMANISTA, isto é, valoriza e enaltece o HOMEM.
Apresenta
beleza ideal; Harmonia e proporção; Serenidade e calma; simplicidade e
elegância; naturalidade; movimento.
PINTURA
Vasos
produzidos no século VI a.C., destacam-se as figuras negras sobre o fundo
vermelho.
A
partir do século V a. C., a pintura das figuras em tons de vermelho ou
dourados, sobre fundo negro, permitiu realçar o brilho do desenho.
Há muita
produção nos vasos de cerâmica; representam cenas mitológicas e do quotidiano
No séc.
V, IV a. C, as obras alcançaram tal perfeição que se tornaram um modelo para
muitos artistas de outras épocas.
A arte,
em geral, alcançou com os Gregos grande perfeição e harmonia.
Nos templos, os Gregos utilizaram três ordens:
a ordem dórica, a jónica e a coríntia.
Nas encostas dos montes, construíram belos
anfiteatros.
Na escultura, de grande perfeição, a figura
humana é o tema central.
Na pintura executada, sobretudo, em vasos de
cerâmica constitui uma fonte preciosa para o estudo da civilização helénica.
A civilização grega influenciou o mundo
Ocidental
Os
gregos ampliaram o alfabeto Fenício, passando-os, depois aos romanos
Divulgaram
a moeda
Atenas
foi o berço da democracia
O Culto
de Dionísio - originou o teato
Grécia
– origem da filosofia ( amigo da sabedoria)
Grécia
– origem da História: Heródoto; Tucídides.
Grécia
– origem da Oratória - arte de bem falar
e convencer
Ideal
de vida: "Alma sã numa corpo são". Desenvolveu
um sistema de educação integral e equilibrado, baseado no desenvolvimento da
parte intelectual, física e espiritual do ser humano. Ainda hoje influencia os
sistemas educativos ocidentais
Grécia criou os Jogos Olímpicos, em honra do deus Zeus.
Arte
grega – um equilíbrio sempre repetido.