Correção da ficha diagnóstica - 7º ano
4. Tens a oportunidade de entrar numa cápsula do tempo e viajar até
outra época histórica! Vais poder contactar com outros povos outras culturas,
outros tempos…
Escreve um postal à tua família ou amigos a
contar a tua aventura. ………………… 28Deixo-te, aqui, um exemplo de resposta. É evidente que este relato podia ser variado. Podias contar qualquer acontecimento de qualquer época histórica.
Eu escolhi um episódio que é contado pelo cronists (historidor) Fernão Lopes e do qual resultou um livro adequado à tua idade: " O rei que eu escolhi" de Alice Vieira, que podes requisitar na biblioteca, se tal assunto te suscitar a curiosidade.
Ora cá vai o meu relato:
"Querida mão, pai e mano,
Nem vão acreditar no que me acontecei, entrei
numa cápsula do tempo e aterramos em Lisboa, no ano de 1383. Toda a gente se
movimentava. Um pajem montado a cavalo quase me derrubou, tal era a velocidade
com que abria caminho entre a multidão a gritar : Matam o Mestre! Matam o
Mestre nos paços da rainha! Acudi ao Mestre que o matam!
Pelos vistos ia a casa de um tal Álvaro Pais.
Toda a gente corria e pegava em instrumentos ou
mesmo armas!
Entretanto, surgiu o tal Álvaro Pais, que
estava armado e tinha uma uma coifa na cabeça, segundo me pareceu ser moda
naquele tempo.
Também
ele gritava:
Acudamos
ao Mestre, amigos, acudamos ao Mestre, que é filho de el-rei D. Pedro!
As pessoas foram-se juntando e perguntavam quem
matava o Mestre.
( Nesta altura foi relembrando os meus
conhecimentos e percebi que se devia tratar do Mestre de Aviz, que tinha ido ao
Palácio da Rainha, Leonor Teles, ex-mulher de D. Fernando, que tinha morrido. )
Segundo ouvi a multidão gritar, a rainha tinha-se
juntado a um conde chamado João Fernandes e este estava a atacar o Mestre, por ordem
da rainha.
Via-se bem que as pessoas gostavam muito mais
daquele D. João, filho de D. Pedro, a quem alguns chamavam bastardo, o que era
perigoso, porque a maioria da população gostava mesmo do tal Mestre e estava
capaz de matar quem se lhe dirigisse de forma menos correta.
A certa altura, alguém apareceu à janela e
gritou que o Mestre estava vivo e o conde João Fernandes morto. No entanto, as
pessoas insistiam:
- Pois se está vivo, mostrai-no-lo e
vê-lo-emos.
- O
Mestre mostrou-se, então, a uma grande janela que dava sobre a rua, onde
estavam Álvaro Pais e a muita gente, e disse:
-Amigos, sossegai, que eu estou vivo e são,
graças a Deus!
Eu é que comecei a ter algum receio, para não
dizer mesmo medo, porque os ânimos estavam exaltados. Toda a gente, ali
defendia o mestre e até o Bispo que, pelos vistos tomou o partido da rainha
Leonor Teles foi lançado pela torre da Sé abaixo e caiu morto.
Um Homem bom que estava ao meu lado, vendo-me
com roupas estranhas ficou um pouco desconfiado, mas eu ofereci-me, logo, para
defender o Mestre. É que me lembrei do que tinha aprendido nas aulas de
História e recordei que se o Mestre de Aviz, que havia de se tornar D. João I,
combateu os castelhanos a quem Leonor Teles se tinha aliado, já que a sua filha
D. Beatriz tinha casado com o rei D. João de Castela e este queria vir reinar,
também, em Portugal. Aliás, até lhe disse:
- Este Mestre há-de dar um grande Rei de
Portugal Independente!
E pronto, eu salvei a minha pele e acabei por
fugir à procura da minha cápsula para voltar ao século XXI, até porque estava
com saudades.
Um grande abraço. Espero regressar em breve."